sexta-feira, julho 18, 2003
A intermitência I
eu sentava-me à tua mesa e sem te dar tempo di
zia: estou assim, a amar-te sem poder senti-lo.
A dizer-to. É uma intermitência do coração da mi
nha vida, ou é talvez para sempre, bem como se
passam as coisas. Mas se estivesse a sentir a mi
nha paixão, decerto não ta diria, aproveito agora
esta distância inabitada que me invade para
expulsar a angústia. Amo-te e não o sinto. É
apenas um vazio que me invade para expulsar a
angústia. Amo-te e não o sinto. É apenas um vazio,
mais que a paixão, sem sentimento, de falta, de
angústia, de desejo.
"Cristiana Veiga Simão", in Âmbar Sépia Café
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