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quarta-feira, julho 16, 2003

Meu duende real 



Meu duende real, que não és meu,
meu chão silencioso e verdadeiro,
por ti tenho sentido não ser mais
o vago sonho humano que antes fui.
Por um gesto que fiz ou que não fiz,
pela palavra errada que gritei
ou pelo verso tosco que escrevi,
logo o rigor de infernos me persegue;
noites desertas, onde os astros passam
na redoma calada dos espaços
e traçam uma falsa astrologia;
ferozes dentes nus, que despedaçam
as imagens doiradas que antes quis;
restos de luz, restos de sombras, nada...


"António Franco Alexandre", in Duende

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